A minha história com este livro começou curiosa: uma colega de trabalho comentou dele comigo e, alguns dias depois, em uma escala de horas em São Paulo, resolvi fuçar na Livraria La Selva e gostei da capa do livro, gostei da sinopse - que me lembrou Rosamunde Pilcher, de quem já li trocentos livros - mas me interessei por um outro da mesma autora e resolvi comprá-lo depois de ver que custava R$ 29,90 e não os R$ 50 que eu imaginei. Na hora de passar no caixa, a moça me perguntou se eu sabia da promoção: se eu comprasse um outro livro com o mesmo preço, eu ganhava um desconto final na compra e, ao invés de R$ 59,80, pagaria R$ 39,90 pelo dois livros. Óbvio que me convenceu e aí peguei A casa das orquídeas, que comecei a ler ali mesmo.
A história se passa em dois tempos diferentes. O começo é com Julia Forrester, famosa pianista, sofrendo no interior da Inglaterra após a morte do seu marido e do seu filho pequeno. Ela abandonou tudo, se afastou da família e só quer saber de sofrer. Por uma dessas coisas do destino - necessárias, aqui no caso, para que haja uma história a ser contada - ela volta a Wharton Park, propriedade onde seus avós trabalharam e conhece o herdeiro de tudo aquilo que, sem dinheiro para manter Wharton Park, está colocando-a à venda.
Julia acaba se envolvendo com isso e com os antigos donos da mansão, e assim a história retrocede até o final dos anos 30 quando conhecemos Henry e Olivia, recém-casados e prestes a terem suas vidas mudadas com a ida de Henry para a guerra e o seu envolvimento com outra mulher na Tailândia, ao final da II Guerra Mundial.
Não gostei do livro. E me dói escrever isso porque eu queria muito ter gostado! Só que achei muitas coisas fraquinhas, "mal costuradas", capengas. Por exemplo: o que pode ser visto como "reviravoltas" na, maioria do tempo, parece que a autora mudou de idéia ao passo que escrevia. O que mais me incomoda é como Olivia, de personagem adorável, passa a quase megera no final e Henry, que parece um príncipe, no final se mostra extremamente fraco e volúvel.
Além do mais, acho irritante aquele negócio de colocar personagens "estrangeiros", falando coisas em seu idioma natal. No caso, a mãe de Henry, é francesa e sempre solta uma frase ou expressão em sua língua-mãe, mesmo sendo fluente em inglês. As pessoas não fazem isso! Elas usam uma palavra da sua língua quando não sabem usar o equivalente no outro idioma, não apenas porque é bonito chamar as pessoas de "mon cher" ou dizer "bonsoir", "bonjour" ou qualquer outra coisa no meio de frases em inglês - ou português!
Outras coisas me irritaram muito mas tenho medo de entregar mais ainda da história contando-as - ah, sim, tem muito mais na história.
Ao terminar de lê-la eu percebi que não engulo mais romancinhos bobos. Não é metidez, juro! Acho que, o normal, é nos tornarmos mais exigentes com tudo mesmo e se sou mais exigente com o que leio agora não vejo como algo negativo, de forma alguma!
Mas tem gente que leu o livro e o adorou e eu acho que muita gente vai gostar, seja porque adora esse tipo de história, ou porque não quer saber de muita coisa real, ou porque personagens que me pareceram irritantes são, para elas, apaixonantes, ou, por fim, porque são menos enjoadas do que eu.
No entanto, eu não o releria! Ou indicaria pras amigas mais exigentes. E, de novo, sinto que tenha sido assim porque o livro, pela sinopse em si, traz vários elementos que eu amo em romances.
Título original: Hothouse flower
Autora: Lucinda Riley
Editora: Novo Conceito
Impressão: 2ª
Ano: 2012
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