Hoje eu me lembrei de uma história na qual fiquei pensando um bom tempo e quis contar aqui, porque dela eu tirei duas certezas que me acompanham.
Antes eu preciso fazer uma pequena introdução que, na verdade, meio que é o começo da história. Mas tentarei ser sucinta, prometo!
Não lembro se contei aqui que em 1998 passei 3 meses trabalhando em um albergue da juventude em Bruxelas, capital da Bélgica. Fui com duas amigas e na primeira noite saímos pra jantar e acabamos conhecendo uns moços marroquinos que nos convidaram para irmos em um bar cubano. Bom, acabou que ficamos com os amigos.
A coisa é que, a certa altura, um dos moços sugeriu que fôssemos pro apartamento deles. Minhas amigas toparam na hora mas eu disse que não iria. Começou uma pequena discussão: elas querendo me convencer que não tinha perigo, que éramos três, que nem eles... e eu dizendo que não os conhecíamos, que podiam ter outros caras lá... Eu bati o pé e disse que ficaria ali onde estávamos, a Grand-Place, essa da foto que ilustra o post. Como era verão, tava, no começo da madrugada, apinhada de gente como na foto. Eu ficaria ali tranquilamente. Mas aí um dos moços disse que era melhor não irmos se eu não queria, que não tinha problema e tals.
Bom, nunca mais vi os moços depois que eles nos deixaram no albergue e, tirando que quase apanhei das minhas amigas depois - hahaha - eu tinha praticamente esquecido da história...
... Até que uma noite, eu cheguei no albergue e tinham uns policiais na recepção. Estranhei e perguntei pra recepcionista o que acontecia e ela me contou que uma moça estadunidense que estava hospedada ali tinha ido passar o dia em Ghent, uma cidade ali perto - bom, a Bélgica é tão pitutica que tudo é perto! - e, na ida, conheceu um moço no trem. Papo vai, papo vem, ele convidou-a pra ir no apartamento dele quando chegaram em Ghent. E lá ele a violentou. Ela voltou para Bruxelas e ligou pros pais desesperada contando o que acontecia. Os pais, dos EUA, ligaram pro albergue e chamou a polícia - e como a gente tá falando de país europeu, a polícia de Bruxelas ligou pra de Ghent e o moço já foi preso. O que ele disse foi que não a tinha estuprado, que ela quis, ela aceitou entrar no apartamento dele, ela sabia o que ele queria.
Quando eu fiquei sabendo do que aconteceu naquele dia, eu me lembrei da minha primeira noite na cidade, quando quase fui parar no apartamento de uns caras desconhecidos. Pensei que poderia ter sido comigo e com minhas amigas. Elas também queriam ir ao apartamento, mas isso não quer dizer se queriam algo além dos beijos que já rolavam!
Naquela noite eu tive muita dó daquela moça, longe da família, sozinha, violentada em um país estranho. Me vi no lugar dela e não me aproximei, não tentei falar com ela porque sequer a tinha visto antes por ali e achei que poderia ser muito invasiva.
E dessas duas coisas eu tirei duas lições: a primeira é que a gente tem, sim, que confiar na nossa intuição, porque ela existe e nos salva de muita furada. A segunda, e vale para meninas terem certeza e para homens entenderem que não é não! Beijo não tem, obrigatoriamente, que levar a sexo. Mesmo que isso aconteça em algum lugar mais fechado, mesmo que seja - mocinho que lê isso aqui - na sua casa!
Eu sei que é um assunto complexo e nem é meu intuito no blog polemizar sobre nada, eu só queria, de verdade, falar da importância da intuição, de acreditarmos naquela vozinha que nos dá uns toques - já ouviram falar em anjo da guarda, guia espiritual? - que são muito importantes que sigamos. E, repito, lembrar que não é não.
Antes eu preciso fazer uma pequena introdução que, na verdade, meio que é o começo da história. Mas tentarei ser sucinta, prometo!
Não lembro se contei aqui que em 1998 passei 3 meses trabalhando em um albergue da juventude em Bruxelas, capital da Bélgica. Fui com duas amigas e na primeira noite saímos pra jantar e acabamos conhecendo uns moços marroquinos que nos convidaram para irmos em um bar cubano. Bom, acabou que ficamos com os amigos.
A coisa é que, a certa altura, um dos moços sugeriu que fôssemos pro apartamento deles. Minhas amigas toparam na hora mas eu disse que não iria. Começou uma pequena discussão: elas querendo me convencer que não tinha perigo, que éramos três, que nem eles... e eu dizendo que não os conhecíamos, que podiam ter outros caras lá... Eu bati o pé e disse que ficaria ali onde estávamos, a Grand-Place, essa da foto que ilustra o post. Como era verão, tava, no começo da madrugada, apinhada de gente como na foto. Eu ficaria ali tranquilamente. Mas aí um dos moços disse que era melhor não irmos se eu não queria, que não tinha problema e tals.
Bom, nunca mais vi os moços depois que eles nos deixaram no albergue e, tirando que quase apanhei das minhas amigas depois - hahaha - eu tinha praticamente esquecido da história...
... Até que uma noite, eu cheguei no albergue e tinham uns policiais na recepção. Estranhei e perguntei pra recepcionista o que acontecia e ela me contou que uma moça estadunidense que estava hospedada ali tinha ido passar o dia em Ghent, uma cidade ali perto - bom, a Bélgica é tão pitutica que tudo é perto! - e, na ida, conheceu um moço no trem. Papo vai, papo vem, ele convidou-a pra ir no apartamento dele quando chegaram em Ghent. E lá ele a violentou. Ela voltou para Bruxelas e ligou pros pais desesperada contando o que acontecia. Os pais, dos EUA, ligaram pro albergue e chamou a polícia - e como a gente tá falando de país europeu, a polícia de Bruxelas ligou pra de Ghent e o moço já foi preso. O que ele disse foi que não a tinha estuprado, que ela quis, ela aceitou entrar no apartamento dele, ela sabia o que ele queria.
Quando eu fiquei sabendo do que aconteceu naquele dia, eu me lembrei da minha primeira noite na cidade, quando quase fui parar no apartamento de uns caras desconhecidos. Pensei que poderia ter sido comigo e com minhas amigas. Elas também queriam ir ao apartamento, mas isso não quer dizer se queriam algo além dos beijos que já rolavam!
Naquela noite eu tive muita dó daquela moça, longe da família, sozinha, violentada em um país estranho. Me vi no lugar dela e não me aproximei, não tentei falar com ela porque sequer a tinha visto antes por ali e achei que poderia ser muito invasiva.
E dessas duas coisas eu tirei duas lições: a primeira é que a gente tem, sim, que confiar na nossa intuição, porque ela existe e nos salva de muita furada. A segunda, e vale para meninas terem certeza e para homens entenderem que não é não! Beijo não tem, obrigatoriamente, que levar a sexo. Mesmo que isso aconteça em algum lugar mais fechado, mesmo que seja - mocinho que lê isso aqui - na sua casa!
Eu sei que é um assunto complexo e nem é meu intuito no blog polemizar sobre nada, eu só queria, de verdade, falar da importância da intuição, de acreditarmos naquela vozinha que nos dá uns toques - já ouviram falar em anjo da guarda, guia espiritual? - que são muito importantes que sigamos. E, repito, lembrar que não é não.
Sheilaaaaaaaaaaaaaa, sabe que esses dias eu ando muito intuitiva, e sobre o relacionamento que acabou, eu tive algumas intuições mas nem dei bola e olha o que deu....
ResponderExcluirFantástico seu post!
Bela semana linda!
Bjus
Nossa amiga que historia em,pensei que isso so acontecia nos filmes do Quentin Tarantino.Mas vc tem razão temos que confiar na nossa intuição sempre,muitas vezes deixei de fazer coisa que meu anjo da guarda falava pra não fazer......
ResponderExcluirbjoss Sheilinda!!!!!!!!!!!!!!!
Procuro sempre seguir minha intuição, não sei se ela ta certa ou nao, mas eh o que acho certo (instinto de sobrevivencia?) naquela hora. Ja deu certo muitas vezes e outras vezes nem vou saber. Mas tb ja deu de eu nao ouvir minha intuição e me meter em roubada (nao o mesmo caso que vc contou). E concordo em genero, numero e grau com o "não é não". Ninguem eh dono do corpo de ninguem a nao ser vc mesmo. Uns caras desses sao uns bichos! Bicho nao, pq neste caso, acho que bicho eh melhor.
ResponderExcluirCris querida,
ResponderExcluirO melhor da intuição é quando a gente confia nela. Eu ainda dou a mancada às vezes de duvidar da minha, pode?
O que me salva é o meu lado filha de mineiro, que desconfia de muita coisa... rsrs
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Wissam,
Nem te contei que eram todos brimos, né? hahaha
Mas é confiar no anjinho da guarda soprando as boas idéias na nossa mente.
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Lanny,
Como disse pra Cris, eu nem sempre sigo a minha intuição. Aliás, nem sempre seguia: ultimamente tenho sido menos cética do que "ouço".
E uns caras desses... bom, melhor nem falar tudo o que penso deles!
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Beijocas e maravilhosa semana pra vocês :)