Sexta-feira - 13, diga-se de passagem, rsrs - é a apresentação da minha monografia pra banca examinadora.
Talvez eu até devesse estar um pouco nervosa, e confesso que um pouquinho estou mesmo, mas nada que esteja me incomodando porque falarei de um assunto do qual gosto e de um trabalho que gostei de escrever.
Na monografia eu analisei seis crônicas da Martha Medeiros, falando da subjetividade feminina encontradas nelas. Não são minhas crônicas preferidas, mas tratam do assunto que eu enfoquei no trabalho e eu vou, até quinta-feira, postar três delas, uma por dia. Espero que gostem :)
A mulher e a patroa
Há homens que têm patroa. Ela sempre está em casa quando ele chega do trabalho. O jantar é sempre rapidamente servido à mesa. Ela recebe um apertão na bochecha. A patroa pode ser jovem e bonita, mas tem uma atitude subserviente, o que lhe confere um certo ar robusto, como se fosse uma senhora de muitos anos atrás.
Há homens que têm mulher. Uma mulher que está em casa na hora que pode, às vezes chega antes dele, às vezes depois. Sua casa não é sua jaula nem seu fogão é industrial. A mulher beija seu marido na boca quando o encontra no fim do dia e recebe dele o melhor dos abraços. A mulher pode ser robusta e até meio feia, mas sua independência lhe confere um ar de garota, regente de si mesma.
Há homens que têm patroa, e mesmo que ela tenha tido apenas um filho, ou um casal, parece que gerou uma ninhada, tanto as crianças solicitam e ela lhes é devota. A patroa é uma santa, muito boa esposa e muito boa mãe, tão boa que é assim que o marido a chama quando não a chama de patroa: mãezinha.
Há homens que têm mulher. Minha mulher, Suzana. Minha mulher, Cristina. Minha mulher, Tereza. Mulheres que têm nome, que só são chamadas de mãe pelos filhos, que não arrastam os pés pela casa nem confiscam o salário do marido, porque elas têm o dela.
Há homens que têm patroa. Vou ligar pra patroa. Vou perguntar pra patroa. Vou buscar a patroa. É carinho, dizem. Às vezes, é deboche. Quase sempre é muito cafona.
Há homens que têm mulher. Vou ligar para minha mulher. Vou perguntar para minha mulher. Não há subordinação consentida ou disfarçada. Não há patrões nem empregados. Há algo sexy no ar.
Há homens que têm patroa.
Há homens que têm mulheres.
E há mulheres que escolhem o que querem ser.
Martha Medeiros - Novembro de 1999.
(Non-stop/Crônicas do cotidiano, 2001)
Muito boa!!
ResponderExcluirÉ preciso ser mulher e é preciso amar o seu marido, continuando a ser mulher!!
É algo fundamental para um bom relacionamento!!
Graças a Deus, eu e marido somos assim!!
Estou na torcida pela sua monografia!!
beijos
Amiga, saudades demais de falar contigo, mas na torcida que sexta dia 13, que é sempre meu dia de sorte , seja um grande dia pra ti, e com certeza vai ser, aliás já está sendo , pois fala sério está DIVINA está crônica, parabéns está um espetáculo!
ResponderExcluirBjus
Cíntia,
ResponderExcluirVerdade! E é a mulher quem tem que se impor como mulher e não como patroa!
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Cris querida,
Saudades também. Flor, a crônica não é minha, é da Martha Medeiros. O que fiz foi analisá-la - e as outras cinco! Aqui meu único trabalho foi copiar e colar... rsrs
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Beijocas, gurias.
Ahh Adorei!!Quero ler seu tcc depois!!
ResponderExcluirMinha vida inteira quis ser mulher, mas devo admitir que conheço muitas mulheres que querem ser patroa, e dizem ter nascido pra isso...
Adorei o texto!!!
ResponderExcluirO esmalte que usei é o sereia da Impala, com cintilante damesma marca...
bjss
Oi Sheila!
ResponderExcluirBem vinda ao meu apê...apareça!
E boa sorte na monografia, mesmo em plena sexta feira 13! hehehe
bjoksa,NA
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei o texto! Na maioria das vezes sou mulher, mas as vezes escolho ser patroa. Mando pensamentos positivos no dia da sua apresentação. Beijos!
ResponderExcluirOi Mel,
ResponderExcluirTe mando depois das correções que serão pedidas :D Acho que vai gostar mesmo. E é isso mesmo: tem as mulheres - que não nasceram pra ser outra coisa - e as patroas - que só se veem assim...
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Patrícia,
Obrigada por dizer a cor do esmalte e que bom que gostou do texto :)
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Natália,
Adorei seu blog. Obrigada pelo "boa sorte".
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Lanny,
Obrigada pelos pensamentos positivos. Não quero ser patroa, mas quero, e aceito, em muitos momentos ser "mulherzinha"... rsrs
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Beijocas, gurias.